Eu que passei por tantas escolas e apesar de expressar a minha fé, nunca tive a presunção de desejar ensinar. Ou defender alguma verdade. 

Muitas vezes, em minhas filosofias, joguei ao Universo para também ver o retorno que sempre se deu por diversas pessoas com as suas formas de ver e sentir a espiritualidade.

E mesmo observando em silêncio, muitas vezes fazendo provocações para ver os diferentes modos de sentirem e responderem, sempre achei o máximo essa troca e conectividade que todos nós vivemos, nesta grande teia que estamos.

Com muitos aprendi parte de algo, como uma troca de figurinhas que estavam sobrando em meu álbum, ou uma peça trocada de um grande quebra cabeças que faltava para compor a imagem de cada degrau de minha escada. Outras partes abdiquei por não me fazer nenhum sentido, mas, sempre seguindo em frente e respeitando cada forma de se ver e sentir a espiritualidade neste Universo.

Talvez em alguns momentos mais ferrenhos, através de minha forma de sentir, tive alguns embates com a ciência e a ortodoxia. Situações que a gente percebe que são atrasos…

Quando falo que não tenho religião, incluo-me na filosofia budista, apesar que sempre tem aqueles que dizem que se você não segue um ritual e aprendizado dogmático, você não pode se dizer que tem ligação com tal filosofia.

Eu simplesmente abstraio o que me interessa e que me ilumina para o momento, e isso inclui a filosofia e lições de Buda, e pouco me importo com o resto. E isso não me faz menos conectado ou vibrante, pois além de sentir um profundo amor, lhe sou grato pelos ensinamentos que me servem de base e sentido para momentos da minha vida e para a minha estrutura ou formação de meu SER consciente.

Enfim, neste caso, é entre Eu e Buda. O que ele deixou para mim que me importa. Que nos conecta. E, nada tenho aos demais  que provar ou ter que defender.

Sempre que sinto a necessidade de mais conselhos e iluminação quando estou diante de um caminho confuso, recorro aos meus mestres, que sempre tem uma mensagem sublimar para minha alma.

Acho isso o máximo!

Às vezes, quando muito envolvido na dinâmica da matéria, esqueço de recorrer, mas na amarra a espiritualidade me faz  lembrar e parar…

Assim também sou com Jesus, quando absorvo, muito mais do que sigo, a sua energia e ensinamentos de amor, de compaixão, de perdão, Cujas também me envolveram e criaram meu elo de ligação e aprendizado na constante formação de minha personalidade ou despertar de meu SER. Ou, nas lições de conectividade com Deus.

Dentro da cultura afro-brasileira, aprendi através da fé nos orixás, a ligação com as energias da natureza e a formação ou ligação da identidade humana a tais energias que formam arquétipos, e geram vibrações através da musicalidade e mediunidade,

Com a cultura Hindu, tive as explicações necessárias para minhas dúvidas sobre a formação do Universo, de seres multidimensionais, e que possuem consciências muito além de nossas percepções e entendimentos terrenos ou em nível 3/4D, através das histórias e percepções de Brahma, Vishnu, Shiva, e de suas criações.

Pude entender também as concepções de avatar, de encarnações, de energias quânticas, matrix, multiversos, extra terrestres etc. E, na concepção de Shiva, encontrei-me como ser vibrante dentro de uma família espiritual, ou código de personificação de uma frequência, ou energia superior que rege a minha consciência e existência.

Mas isso tudo é minha espiritualidade, a minha evolução e meu caminhar, que por mais que possa professar, não diz respeito a mais ninguém, pois apesar de fazermos parte de uma consciência coletiva, cada um de nós somos também seres únicos com nosso caminhar.

– Então por qual motivo eu desejo que alguém siga minha forma de ver e perceber, ou quem sou eu para dizer que esta ou aquela é melhor?

Mas sobre quem sou, o que forma meu ser, e como vibro, não vejo mal algum em me expressar… Aceita quem quer, quem não aceita tem toda a liberdade de seguir o seu caminho em busca de sua evolução.

E não deixo também de repassar ensinamentos e terapias que não influenciem ou manipule a religiosidade de cada pessoa, mas que leve conforto, apoio, segurança, fé, aumento da vibração e positivismo. E isso se aprende sim em muitas culturas e em muitas religiões onde se extrai o que é benéfico ao todo sem que gere dogmatismo ou prisão.

Muitas pessoas tratam a fé alheia como um botão de uma bomba nuclear, por medo que a outra forma de ser e ver a espiritualidade possa mudar a forma dos outros verem e serem. Na verdade, esse medo e ataque, é o que ela deseja que os outros sejam e vejam com a forma que ela acredita ser a certa ou como ela quer que seja.

Isso eu chamo de manipulação, ego, que gera ou fabrica o preconceito, a inquisição, a separação, o ódio… Quando as pessoas fazem isso por interesses próprios ou para defenderem a sua religião, ao invés de amor e paz, criam a destruição, o caos o ódio. E, faz perderem todo o sentido de espiritualidade, de amor, de paz e dos próprios ensinamentos dos seus próprios mestres ou divindades, como a de Jesus por exemplo, que sempre pregou a paz, o perdão e a compaixão.

Acredito que espiritualidade não se ensina nem se deva criar um dogma para que as pessoas as possuam, a não ser que o desejo seja impor regras e normas sociais para além do desenvolvimento pessoal.  Pois espiritualidade é um caminho individual de cada um de alcançar seu ponto ou nível vibratório, ou frequência com o seu divino.

E nunca fiz questão que as demais pessoas seguissem a minha forma, mas sempre foi mais salutar e harmonioso a interação com os que vibram na mesma frequência.

Antes, eu dava uma forma física para Deus, pois assim fui condicionado, assim se fixa muitas religiões.

Acredito que todos que trilham no campo da espiritualidade, de alguma forma passaram ou irão pertencer a uma religião. E isso se faz necessário para muitos, para que se possa adquirir bases ou foco de estudo para seu desenvolvimento espiritual.

Porém, quando eu percebi e passei a ver o divino representado em todas as formas, pessoas, natureza, como frações e apresentações ou personalidades de Deus. Foi quando me libertei de meus próprios dogmas, programas e condicionamentos. Abrindo o meu coração para todas as formas de se ver e perceber Deus, de vibrar com o divino.

Por mais que muitas religiões ou pessoas possam discordar, porém, assim como não cabe a mim me intrometer na forma de cada um buscar e vibrar na sua fé e divindade, e vice verso. Ainda mais nesta época onde estamos evoluindo nas energias ou frequências supras ou vibratórias do Universo como o respeito as diferenças e formas de se evoluir que ultrapassam as grades da prisão e chegam no nível da real espiritualidade, com as energias do Amor, da Paz, da Harmonia, da Abundância.

E, estas novas frequências, para muitos, podem ser representadas por uma forma ou imagem de se enxergar o nosso divino. Seja na forma de Jesus, Buda, Krishna, Shiva, Shakti, Obatalá, Iemanjá, Xangô. E, está tudo certo, desde que não se prejudique a evolução ou ligação espiritual dos demais que estão galgando os seus degraus.

Desde que não se tente aniquilar a fé, a crença, a forma de cada um se conectar com seu divino, e tão pouco prejudicar o bem comum que a todos pertencem por direito como a natureza, o planeta, a individualidade, a liberdade de se poder exercer a sua fé sem sucumbir com as demais.

Enfim, expandir a consciência para além de representações da forma que se vê Deus, e ao mesmo tempo percebê-lo em todas as formas e imagens, para mim é algo fantástico, que não me faz doutor em nenhuma religião ou de conceitos e dogmas, ou defensor de supostas verdades, mas livre para habitar qualquer lar. E, neles, com amor, para além de quaisquer conceitos de se ter que aprender algo, mas perceber o divino, Deus pai e mãe, em qualquer lugar.

Pois o amor ou o próprio Deus Universo tem muitas moradas, e nestas moradas, a chave que abre as portas não é o preconceito, a divisão, mas a humildade em as sentir, a leveza que se tem no coração.

vejo na minha forma que onde há o amor há uma parte de Deus. E em qualquer lugar que se esteja, onde prevaleça a separação, o desrespeito, a divisão ou o suposto aprisionamento dos conceitos de divindade, ainda não se aprendeu ou se vive a real espiritualidade, não se percebeu o real sentido de “Ser Espiritual.”

O Amor é leve, mais leve que uma pluma e não voa nem cria asas quando possui pesos. Nestes pesos podemos incluir muitas coisas, como rancor, falta de perdão, preconceito etc.

Mas o voo é individual de cada um, e só pode alcançar alturas ou vibrações superiores na medida que cada um decide o excesso de peso que deve aliviar…

E assim, eu, na minha humilde fé, tenho em cada mestre e divindade: Jesus, Buda, Shiva, Krishna, Pacha mama, São Francisco etc. a vibração, a proteção, o aprendizado necessário para cada momento em que vivo, para cada degrau que subo ou desço, e para qualquer lugar que venha habitar. Onde estes mesmos mestres habitaram e nos deixaram ensinamentos de como um avatar como eu pode superar e evoluir nestes multiversos que vivi, vivo e que ainda irei passar.

Namastê

Alex Marques

Religião x Espiritualidade